terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Extinção do "Ser Humano"

O Ser Humano, Homo Sapiens Sapiens, no auge de sua predominância, no século XXI, costumava viver em cavernas iluminadas.



Tal comportamento, com o passar do tempo, por ser tão reclusivo, o fez ficar avesso ao convívio social, o que o tornou agressivo a outros da mesma espécie, que, ao se aproximarem, com frequência, iam a óbito com violência desesperada por uma das partes, pois, sendo desconhecido, o outro exemplar temia a possível ameaça.

Sua reclusão às salas (celas domésticas) também o tornou fisiologicamente intolerante ao Sol, à Lua, às estrelas, às árvores, às flores, às frutas  - dado que, confinado em sua caverna, sua dieta passou a ser integralmente feita a base de "delivery fast-foods" -, à prática de esportes, e às coisas mais sublimes da vida como diálogos, passeios noturnos sob o luar, conexão humana direta, "wireless", sem auxílio de infra-vermelho, bluetooth, ou wi-fi. 

Passou então a depender naturalmente de artifícios para contactar tanto o "outro", como a si mesmo.

Focado na TV (aparelho que  simulava uma "janela para o mundo"), desprezou o conhecimento adquirido pela curiosidade experiencial, pela leitura, pela reflexão autônoma, e passou a seguir com fidelidade as novelas, as notícias e suas tendências, sendo então padronizado em seus atos, desejos e conquistas.

E foram esses fatores maiores que conduziu o Ser Humano, lenta, gradual, e por fim radicalmente, à extinção. O que é uma pena, pois era uma espécie com muito potencial.

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